Professor Edson Silva traz reflexões sobre progressos, enfrentamentos e políticas públicas
Em abril, mês em que o debate sobre os povos originários se fortalece, a primeira edição da revista PODHISTÓRIA trouxe o artigo “Indígenas na História do Brasil: Tão perto, mas ainda tão longe de nós” do professor do Colégio de Aplicação e pesquisador Edson Silva. Na publicação, ele aborda os avanços atuais da população indígena no Brasil e traz reflexões sobre o papel dos professores e pesquisadores no combate ao racismo e no processo de construção de políticas públicas com base em dados. “Aos(as) professores(as) cabe ensinar e discutir sobre a atualidade dos povos indígenas em nosso país, as sociodiversidades que significam e o (re)conhecimento da importância da participação dos povos indígenas nos vários processos ao longo da História do Brasil e não somente no período colonial”, diz o texto.
Sobre o título do artigo, ele explica a proximidade geográfica contrastando com a distância imposta pela, ainda persistente, discriminação social. “Onde estão esses indígenas? São estudantes na UFPE, são nossos vizinhos no bairro, no prédio onde moramos. São trabalhadores diversos. Tão próximos e invisibilizados pelo racismo, preconceitos e discriminações”, disse o pesquisador citando dados do Censo IBGE/2022, que registrou 1,7 milhão de indígenas no Brasil. No Recife, são 2.656 indígenas, 192 em Vitória de Santo Antão e 599 em Caruaru. De acordo com o pesquisador, o considerável aumento da população indígena é consequência principalmente da afirmação da identidade étnica pelos indígenas, superando o racismo, sobretudo aqueles que vivem em contextos urbanos.
Em relação às políticas públicas indigenistas, o docente afirma que os avanços ainda tímidos resultam das reivindicações e mobilizações indígenas por conquista, reconhecimento e garantias de direitos. “As demarcações de terras, as políticas públicas de Educação Escolar indígena, na Saúde específica e diferenciada e são avanços”. Ele destaca também o acesso e permanência no Ensino Superior, com mais de 46 mil indígenas em instituições públicas e privadas.
Em meio aos progressos, o pesquisador destaca também as incongruências num país em que mais da metade da população indígena vive em contextos urbanos. “Representa também a falência da atuação do Estado em cumprir a legislação, sobretudo a Construção Federal, e, de políticas públicas para garantir os direitos indígenas. Como a demarcação dos territórios reivindicados e a retirada dos invasores, inclusive os projetos públicos como barragens, construção de hidrelétricas etc. Condições para plantio e colheita nas terras férteis invadidos. Acesso à Educação e Saúde mais próximos. Com melhores condições de vida, o que diminuiria e bastante os deslocamentos para as cidades. Os indígenas habitando em contextos urbanos, exigem reconhecimento étnico e reivindicam direitos específicos e diferenciados”, pontua o docente.
Com o professor de História da Universidade Federal de Tocantins (UFT) João Marcos de Sousa Maia como editor, a revista PODHISTÓRIA também traz artigos dele sobre o tema “Povos Indígenas na História do Brasil”.
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