Servidora do Hospital das Clínicas foi assassinada a facadas no último dia 12. Suspeito foi preso em flagrante
A comunidade acadêmica realizará, nesta terça-feira, 17 de dezembro, um ato público em memória da servidora Tamires de Almeida Costa, de 34 anos, assassinada a facadas pelo namorado no último dia 12. O protesto, marcado para as 11h30, é um clamor por justiça de toda a Universidade Federal de Pernambuco, mais do que isso, é uma manifestação social contra o feminicídio que agride e silencia meninas e mulheres diariamente. A mobilização desta terça não é apenas por Tamires, é por todas as vítimas dessa sociedade machista, racista e patriarcal em que estamos inseridos. De acordo com o mais recente Atlas da Violência, divulgado em junho deste ano, na última década (2012/2022), mais de 48 mil mulheres foram mortas em nosso país. O ato será na entrada principal do campus Recife da UFPE, na Avenida dos Reitores.
“A Adufepe estará presente no ato por justiça pela vida de Tamires, mais uma mulher que é vítima de feminicídio no nosso estado”, adiantou a presidenta da Associação dos Docentes da UFPE, Teresa Lopes.
Tamires ingressou na UFPE há dez anos, em 2014, como assistente em Administração. Atuava no Hospital das Clínicas há um ano, na coordenação da Inspetoria de Segurança Institucional ligada à Unidade de Suporte Operacional (Usop). Na convocatória divulgada nas redes sociais, os organizadores pedem que endossemos o grito #justiçaportamires. “Juntos, vamos clamar por justiça e dizer basta ao feminicídio. Convidamos familiares, amigos, colegas de trabalho e toda a comunidade a se unirem a nós nessa causa tão urgente. Contamos com sua presença e pedimos que nos ajude a divulgar”.
ENTENDA O CASO – Tamires de Almeida Costa foi assassinada, na noite do dia 12 de dezembro, em uma casa de praia em Enseada dos Corais, no Cabo de Santo Agostinho, onde passava férias com o namorado. O suspeito foi preso em flagrante. Os dois estariam juntos há cinco anos e informações não oficiais apontam que ele teria tido uma crise de ciúmes ao mexer sem autorização no telefone da vítima. Tamires foi encontrada com perfurações de arma branca no térreo da residência. O homem ainda teria incendiado a casa e subido para o primeiro andar para gritar por socorro numa tentativa de encobrir as provas do crime. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado, mas ao chegar no local a vítima já estava morta. Ele se entregou à polícia, foi autuado por feminicídio e encaminhado ao Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima.