Para a escritora e filósofa Marilena Chauí, “A democracia é atividade criadora dos cidadãos e aparece em sua essência quando existe igualdade, liberdade e participação”. Refletir sobre Democracia é um exercício constantemente necessário para se preservar um Estado, efetivamente, democrático.
No Brasil, mais do que um sistema político baseado na participação do povo, a história da Democracia é marcada por constantes lutas. Num país considerado redemocratizado nos anos 1980, com uma constituição de 1988, a mancha da ditadura cívico militar (1964-1985) é muito recente, e por isso, é preciso lembrar que preservar a Democracia deve ser uma pauta diária dos cidadãos e cidadãs, como destaca o professor Ricardo Oliveira, diretor da Adufepe, ao lembrar que o dia 25 de outubro, dia da morte de Herzog, é um momento de renovarmos nosso compromisso com ela. “A Democracia é um princípio de vida em sociedade e, como tal, é construção diária. Muitos perderam a vida lutando pelo estado democrático de direito. Nós não temos o direito de negligenciar quando o que está sob risco é a Democracia”, disse o professor.
É ela quem garante direitos humanos, liberdades, eleições diretas e participação cidadã e ainda assim, enfrenta no Brasil grandes desafios como a desigualdade social e a corrupção. Por isso, se faz necessário lembrar o que disse a professora e historiadora Maria do Socorro Ferraz durante o Seminário promovido em 2022 pela Adufepe intitulado “A difícil construção da democracia no Brasil” com o tema “1964 – às vésperas do golpe e o desmonte da Democracia”.
“O que se viveu nesse país naquele tempo não deve ser esquecido, mas não pensem que não pode voltar a acontecer. Há muitas pessoas que dizem: para não viver nunca mais. Não é assim. Pode acontecer. Precisamos, de fato, não esquecer. Precisamos educar a juventude para saber a diferença entre um país vivendo na democracia e na ditadura”, advertiu a historiadora integrante da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara.