Evento promoveu 24 atividades, durante quatro dias, traçando um panorama da universidade pública brasileira.
Chegou ao fim, nesta sexta-feira (09), o II Congresso UFPE em Debate, realizado na Universidade Federal de Pernambuco. O evento, que contou com 550 inscritos e a apresentação de 28 palestrantes durante os quatro dias de programação, exibiu na última tarde de atividades, a palestra Concepções de Universidade: Desafios e Perspectivas, sob apresentação do cientista Luiz Bevilacqua.
O estudioso deu início à discussão ressaltando a necessidade de mudanças estruturais no interior do ambiente universitário, através da participação de todos os setores envolvidos. “As mudanças precisam ser muito radicais. Acredito que não se pode construir uma evolução das universidades sem que haja cooperação interdepartamental”, expôs Luiz.
Para o educador paulista, as universidades podem oferecer boas perspectivas para os campos de pesquisa e tecnologia, se forem custeadas, com afinco, pelo poder público. Ele citou ainda que, para o futuro, a academia precisa se firmar como um espaço efetivo de troca de conhecimento: “A universidade não é um local onde se ensina, mas sim um local onde todos aprendem. Dos professores aos alunos todos devem aprender. A competência tem que ser mais importante que o diploma”.
Como proposta para o futuro, Luiz sugere um novo sistema de ingresso universitário para jovens discentes. “O estudante deve entrar na universidade sem escolha prévia. Eles têm 16 ou 17 anos e ainda estão inseguros. Deveriam começar a cursar três anos de bacharelado e depois seguirem as trajetórias que quisessem”. O professor conclui que, no contexto universitário, “Energia, matéria, filosofia e arte podem operar grandes mudanças”.
O diretor da ADUFEPE Audisio Costa aproveitou o último dia do evento para destacar a relevância de toda a programação organizada pela associação. “Nossa principal intenção com a pauta deste congresso foi construir um conjunto de elementos para promover debates e discussões extremamente necessárias no contexto atual da universidade pública brasileira”.
Já o presidente da ADUFEPE, José Edeson Siqueira, destacou as expectativas para o pós-congresso. “Espero que seja apenas o início de uma longa caminhada. Caminhada essa com desafios inéditos, embora as adversidades já pareçam ser conhecidas por alguns que já viveram tempos sombrios da história do nosso País”, afirmou.
Siqueira destacou a organização do evento e manifestou o desejo de caminhar junto aos demais componentes universitários para enfrentar lutas futuras. “Conto com toda a diretoria e associados da ADUFEPE e todos os demais presentes ao evento. Estamos juntos nessa caminhada”.
O presidente aproveitou a oportunidade para anunciar que a conferência com o ex-ministro Celso Amorim, que deveria ter ocorrido no primeiro dia do evento e foi cancelada por problema de saúde com o ex-chanceler, deverá ocorrer no dia 29 de novembro, no Auditório Paulo Rosas, na ADUFEPE.
O II Congresso UFPE em Debate reuniu cerca de 400 participantes, durante quatro dias. Membros da comunidade acadêmica discutiram os rumos das instituições de ensino superior e os possíveis desafios a serem enfrentados. Eles conferiram, gratuitamente, uma programação com 24 atividades, entre mesas-redondas, palestras, apresentações culturais e conferências, ocupando cinco auditórios em diferentes centros do campus da UFPE.